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Horário
2.ª - 6.ª 09h30 - 19h30
sáb. 09h30 - 17h30
Exposição
Reverso, o Mesmo e o Outro. 34 fotografias de Mariano Piçarra
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Teoria do Ser e da Verdade - tomo III Obras de José Marinho
LANÇAMENTO | 26 out. '16 | 18h00 | Auditório | Entrada Livre EXPOSIÇÃO | Inauguração: 26 out. '16 | 19h00 | Sala de Exposições | Entrada Livre / até 21 jan. '17
Figura singular da cultura portuguesa do Século XX, José Marinho (1904-75) desenvolveu uma funda meditação sobre a consciência de ser, as questões metafísicas últimas e as possibilidades éticas do pensar e agir humanos, num percurso que lhe permitiu, na sua obra mais significativa, a Teoria do Ser e da Verdade, publicada em 1961 (Lisboa, Guimarães Editores), mas redigida durante cerca de trinta anos, reconsiderar os temas maiores do pensamento filosófico europeu e conceber uma nova denominação de “espírito”, como “insubstancial substante”.
Apesar de ter publicado em vida um pequeno número de livros e ensaios, a organização nos últimos anos do seu espólio, integrado desde 1981 no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional de Portugal, possibilitou reconstituir um vasto conjunto de textos inéditos, que conjuntamente com os já editados pelo filósofo, têm vindo a ser publicados pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Na prossecução do projeto editorial iniciado em 1994, ocorrerá no próximo dia 26 de outubro no Auditório da Biblioteca Nacional, pelas 18h00, o lançamento do Tomo III da Teoria do Ser e da Verdade, Volume IX das “Obras de José Marinho”, que será apresentado por António Braz Teixeira, reputado especialista da Filosofia em Portugal. Na sequência do surgimento do Tomo I em 2009 e do Tomo II, em 2011, completa o Tomo III o volume das “Obras de José Marinho” dedicado ao texto fundamental do pensamento de José Marinho, a Teoria do Ser e da Verdade. Enquanto o Tomo I reeditava, por um lado, a obra publicada em 1961, apresentava, por outro, a reconstituição a partir dos inéditos da primeira versão do livro, denominada “Elementos para uma teoria do ser e da verdade”, que ocupou o filósofo entre 1943 e 1949. Por seu turno, o Tomo II permitiu conhecer os textos do que denominámos proto-versão, isto é, o conjunto dos textos redigidos entre 1950 e 53, já relativos à “Teoria do Ser e da Verdade”, mas organizados segundo uma estrutura diversa da da versão definitiva; além disso, o Tomo II dispunha já, desta versão definitiva, um conjunto de textos breves, apontamentos e esquemas e, sobretudo, o largo acervo de textos introdutórios.
Finalmente, o Tomo III dá a conhecer as sucessivas redações dos capítulos da versão definitiva, inéditas na sua totalidade, que terão sido redigidas entre o final de 1953 e abril de 1960, momento em que o pensador terá encetado a transcrição dactiloescrita que precedeu a entrega da obra à casa editora, ocorrida provavelmente no outono desse ano.
Tal como as versões dos textos introdutórios em relação à “Introdução”, também a extensa documentação deste tomo permite, mas de um modo mais amplo e direto, a comparação com o texto publicado, revelando o demorado esforço de maturação do pensamento teorético de Marinho, patente nas sucessivas redações dos capítulos, nos quais se descobrem, através das alternativas de exposição, das hesitações e supressões, dos momentos inspirados ou tateantes, os processos de reflexão e elaboração nocional que conduziram ao texto último.
O interesse hermenêutico destes textos é por isso duplo, o de permitir reconhecer a transformação de cada capítulo e o de facultar uma visão de conjunto da génese da obra. Esta dupla perspetiva possibilita, por um lado, uma consideração progressiva da conceção da obra, dando a conhecer o percurso de elaboração de cada capítulo e de cada parte; por outro lado, o conjunto dos textos permite uma consideração reversiva, que partindo da versão publicada, descubra questões, problemas, noções que surgindo nos inéditos ficaram por desenvolver ou foram preteridos, e também as continuidades e as ruturas de um pensamento que se não confinou no texto publicado, mas que prosseguiu em obras que Marinho irá redigir posteriormente, revelando-se, em particular, no conjunto de aforismos e textos breves que irá escrever intensamente até ao seu falecimento em 1975.
Na mesma ocasião, será inaugurada pelas 19h00 a exposição Reverso, o Mesmo e o Outro, trinta e quatro fotografias de Mariano Piçarra, inspiradas em textos de José Marinho, selecionados e tratados por Jorge Croce Rivera, mostra que estará patente na Sala de Exposições (Piso 2) da Biblioteca Nacional até ao dia 21 de janeiro.
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