Versão para impressão Enviar por E-mail
leibniz_banner

 

 

Biblioteca Nacional de Portugal

Serviço de Actividades Culturais

Campo Grande, 83

1749-081 Lisboa

Portugal

 

Informações

Serviço de Relações Públicas
Tel. 21 798 21 68

Fax 21 798 21 38

Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

 

Horário

2.ª - 6.ª 09h30 - 19h30

sáb.  09h30 - 17h30

 

Folha de sala

 

Visitas guiadas
por Adelino Cardoso
7, 18 e 27 out. | 16h30

Entrada livre / Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

 

Colóquio Internacional
Labirinto da Harmonia | 14 nov.'16

 

 

cham_2015

 

 

 

 


As mil e uma entradas do labirinto
Gottfried Wilhelm Leibniz

MOSTRA | 19 set. - 30 dez. '16 | Inauguração: 19 set. | 18h00 | Sala de Referência | Entrada Livre

Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) é uma das figuras marcantes da filosofia e da ciência na transição do século XVII para o XVIII. A sua intensa actividade intelectual desenvolve-se ao longo de um período de mais de cinquenta anos, abarcando todas as áreas do saber: lógica, física, matemática, teologia, política, direito, história, medicina, metafísica e moral. Simultaneamente, foi um homem de acção, que se empenhou no projecto de reunificação da cristandade europeia e exerceu a função de administrador das minas de prata nas montanhas Harz.


O próprio Leibniz se denominou como «o autor do sistema da harmonia preestabelecida». Para ele a harmonia é o dado último, que funciona como o requisito do ser e da acção. E, de facto, toda a obra leibniziana é um exercício harmónico, cujos operadores são a continuidade, a concordância e expressão recíproca. Ora, harmonia significa a unidade de uma multiplicidade irredutível. Daí que o pluralismo seja uma das marcas emblemáticas do pensamento leibniziano, repercutindo-se no plano ontológico, metodológico, epistemológico e cultural.

 

Autor de um opúsculo intitulado «O lugar do outro», Leibniz revela uma atenção especial ao outro, seja para debater algum tópico controverso, como as leis do movimento,  seja para realçar o significado de algum facto novo, como por exemplo, a autorização da prática do cristianismo na China, que lhe é transmitida num manuscrito assinado pelo jesuíta português José Soares. Não é, pois, de estranhar que o Filósofo apenas tenha escrito duas obras sistemáticas, de resto extremamente sintéticas: o Discurso de metafísica e a Monadologia.

 

A maioria dos cerca de 30 000 escritos de Leibniz permaneceram inéditos em vida do autor, que privilegiou a publicação em revistas de grande circulação, como o Journal des Savants, sobre temas científicos de grande actualidade, como a relação entre corpo e mente. A sua obra de maior impacto imediato, Ensaios de Teodiceia (1710), foi objecto de sucessivas edições até ao terramoto de Lisboa, de 1755, que teve o efeito de abalar a tese nuclear dessa obra: a infinita bondade da Providência e a perfeição do mundo actual.


O século XIX viu em Leibniz sobretudo um matemático talentoso. No início do século XX, Cassirer, Couturat e Russell, com diferentes acentuações, propõem uma visão sistemática do pensamento leibniziano, em que a componente lógico-epistemológica assume um papel preponderante. Acompanhando o esforço imenso de edição das Obras Completas pela Academia das Ciências de Berlim, iniciado em 1901 e ainda em curso, a interpretação de Leibniz tem-se caracterizado nas últimas décadas por uma grande variedade de pontos de vista, razoavelmente conflituais.

 

A presente mostra visa mostrar ao público, com as restrições impostas pelo espaço disponível, o estado actual dos estudos leibnizianos, do qual é parte intrínseca a transcrição de manuscritos e correlativo trabalho de edição. O olhar do visitante poderá desfrutar reproduções de manuscritos, exemplares das edições de referência, traduções em português, ensaios e estudos diversos, organizados em cinco núcleos: 1) Um autor de inéditos; 2) Edições de referência; 3) Correspondências; 4) Traduções; 5) Leibniz e o pensamento português.

 

Adelino Cardoso

Comissário

 

Apoio:

Gottfried-Wilhelm-Leibniz-Gesellschaft, Alemanha
Leibniz-Edition Potsdam da Academia de Ciências e Humanidades, Berlim, Alemanha
Projecto «Leibniz en Español: Obras Filosóficas y Científicas de G. W. Leibniz»