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Biblioteca Nacional de Portugal

Serviço de Actividades Culturais

Campo Grande, 83

1749-081 Lisboa

Portugal

 

Informações

Serviço de Relações Públicas
Tel. 21 798 21 68

Fax 21 798 21 38

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Horário

2.ª - 6.ª 09h30 - 19h30

sáb.  09h30 - 17h30

 

Horário de Verão (15 jul. - 14 set.)

2.ª - 6.ª 09h30 - 17h30

Sáb: serviços encerrados

 

Folha de sala

 

Visitas guiadas

por Ana Duarte  Rodrigues

16 jun. | 16h30
12 jul. | 16h30
1 set. | 15h00

 

Sujeitas a This e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it

 

 

Lançamento: Uma história de jardins...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apoio: 


Horticultura para todos

MOSTRA | 25 maio - prolongada até 4 out. '16 | Sala de Referência | Entrada Livre
LANÇAMENTO Uma história de jardins: a arte dos jardins na tratadística e na literatura, por Henrique Leitão
| 25 maio '16 | 19h00 | Auditório | Entrada Livre

Apesar de atualmente pouco se ouvir falar de horticultura, possivelmente por ter sido incorporada na agronomia, e o grande público a relacionar sobretudo com o cultivo de vegetais, esta foi, na segunda metade do século XIX, um sofisticado ramo do saber, indicador do nível civilizacional da nação.


No contexto do Portugal liberal, o desenvolvimento da horticultura passou a ser estandarte do progresso e personalidades inusitadas possibilitaram a aproximação ao grande público desta ciência aplicada. O que era uma arte das elites do Antigo Regime passou então a ser conhecimento de horticultores que ambicionavam equiparar-se a botânicos, de amadores que viam no cuidar das plantas um modo de elevação moral e social, e das classes urbanas que, não tendo quintas, queriam aproximar-se da natureza e trazê-la para dentro dos seus andares citadinos.


Revistas de horticultura, a par de idas a jardins públicos e visitas a exposições de horticultura, contribuíram de forma eficaz para disseminar o interesse pela horticultura. Duas personalidades ímpares lideraram este movimento: José Marques Loureiro, no Porto, e Francisco Simões Margiochi, em Lisboa. Esta mostra aborda estes dois vultos, os seus círculos, a sua rede de contactos internacionais, as suas atividades e, sobretudo, as publicações que tinham como objetivo divulgar a ciência da horticultura junto do grande público.


A exposição organiza-se em torno de oito pequenos núcleos. O primeiro é dedicado às primeiras tentativas de divulgar conhecimentos práticos de horticultura em almanaques, guias, manuais, lunários, diários, especificamente vocacionados para jardineiros e hortelãos, horticultores, «pomeiros», lavradores, agricultores e botânicos.


O segundo  evoca o contexto internacional das revistas de horticultura mais paradigmáticas, sobretudo francesas e inglesas, como The Gardener’s Chronicle, a Revue Horticole, o Journal of the Royal Horticultural Society e o Journal de la Société Nationale d’Horticulture de France, publicadas no âmbito das Sociedades de Horticultura, e o seu papel no desenvolvimento e promoção desta área do saber.


O terceiro e quarto núcleos revelam duas das facetas mais visíveis deste universo: a dos jardins públicos, como o Passeio da Estrela, o Parque da Liberdade e o Passeio do Campo Grande; e a das exposições de horticultura, com destaque para as realizadas no Palácio de Cristal do Porto, e o modo como contribuíram para o progresso da horticultura em Portugal.


Segue-se o quinto núcleo dedicado a José Marques Loureiro, que desenvolveu um programa científico a partir do seu estabelecimento comercial – o Horto Loureiro –, como se de um centro de investigação dos tempos modernos se tratasse, que incluiu a publicação do Jornal de Horticultura Prática, a participação em exposições, onde ganhou inúmeros prémios, a publicação de artigos e a realização de conferências.


O sexto núcleo intitulado «Todos querem ser jardineiros» evoca as iniciativas dirigidas a diferentes públicos, convidando, sugestionando e incitando mulheres e crianças a jardinar. O sétimo núcleo segue a mesma tendência e dá a conhecer uma série de pequenos artefactos como aquários e feteiras para casa, caixas de plantas para janelas, vasos com plantas através de mesas, mini-estufas, fogões de sala ajardinados, que revelam, pela sua dimensão, função e estilo, a intenção de levar o gosto pela horticultura às classes médias.


O último núcleo é dedicado à Real Sociedade Nacional de Horticultura de Portugal, às suas atividades e aos seus sócios. Destacamos, então, uma outra figura, Francisco Simões Margiochi, presidente da Sociedade, que contrabalança, em Lisboa, a liderança de José Marques Loureiro no Porto. Neste núcleo pretendemos dar a conhecer a curta e atribulada história da Real Sociedade de Horticultura com vigência entre 1898 e 1906, em contraste com a ambição dos seus múltiplos projetos, ambições e atividades.


Esta mostra, comissariada por Ana Duarte Rodrigues, visa enaltecer a vontade de popularizar a arte e a ciência da horticultura na segunda metade do século XIX em Portugal, como consequência de um contexto histórico específico, mas sobretudo em resultado da paixão, do empreendedorismo e do conhecimento de um conjunto de personalidades.