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A música no norte de Portugal: 200 anos da morte do compositor conimbricense José Maurício (1752-1815)
CONFERÊNCIA | 5 nov. '15 | 18h00 | Auditório BNP | Entrada livre
Apesar do conturbado momento político que Portugal atravessara, entre a metade do século XVIII e as primeiras décadas do século seguinte - com a progressiva extinção das ordens religiosas, a invasão francesa, a transferência da família real para a América Portuguesa e os conflitos liberais - a produção musical no norte do reino permaneceu activa, revelando, através de um rico reportório, compositores e intérpretes dotados de grande talento artístico. Entre eles destaca-se o nome do conimbricense José dos Santos Maurício (1752-1815). A trajetória deste músico, que exerceu as funções de organista, professor e mestre de capela nas cidades da Guarda e Coimbra, demonstra o prestígio alcançado pelo compositor que, em 1802, é nomeado por D. João VI “professor e lente proprietário da cadeira de Música e Mestre da Real Capela da Universidade”.
Em 1816, um ano após a morte de José Maurício, os seus responsórios fúnebres e uma de suas missas de Requiem foram ouvidos nas exéquias de corpo ausente dedicadas a D. Maria I, realizadas pela Universidade de Coimbra. Esta mesma instituição utilizou, até ao ano de 1845, o seu Methodo de Musica, escrito em 1806 e dedicado ao Príncipe Regente. Também como compositor de modinhas, José Maurício gozou dos privilégios da impressão musical setecentista através das publicações do Jornal de Modinhas com Acompanhamento de Cravo Pelos Milhores Autores, publicado em Lisboa por Domingos F. Milcent e P.A. Marchal, entre os anos 1792 e 1797. Em 1905, o periódico O Conimbricense publica uma breve biografia em memória de José Maurício mencionando que uma de suas mais famosas obras, o Miserere, ainda podia ser ouvido em várias igrejas de Coimbra. Porém os anos seguintes não foram tão generosos com a obra do inspirado músico.
Passados duzentos anos da sua morte, parte dos manuscritos autógrafos de José Maurício reunidos por Ernesto Vieira, encontra-se custodiada na Biblioteca Nacional de Portugal. No entanto, a sua música, apesar da grande qualidade e do indubitável interesse musicológico, permanece silenciada.
Rodrigo Teodoro de Paula (CESEM – Núcleo Caravelas – UNL) David Cranmer (CESEM – Núcleo Caravelas – UNL)
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