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Biblioteca Nacional de Portugal

Serviço de Actividades Culturais

Campo Grande, 83

1749-081 Lisboa

Portugal

 

Informações

Serviço de Relações Públicas
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Horário

2.ª - 6.ª 09h30 - 19h30 /

sáb.  09h30 - 17h30

 

Folha de sala

Catálogo na Livraria Online

 

 

Visitas guiadas por Luís Augusto Costa Dias e Carla Datia

19 maio | 18h00
5 / 15 / 19 jun. | 18h00
20 / 27 jul. | 16h00

 

Sujeitas a This e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it

 


Apoios:

 

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«Orpheu acabou. Orpheu continua»
MOSTRA | 24 mar. - 21 ago. '15 | Mezzanine | Entrada livre


Em 1915, escândalo imprevisto, veio a público nas páginas da revista Orpheu boa parte de uma nova geração de escritores e artistas que, rompendo com a cultura instalada, academizada ou de expressões serôdias, instauraram uma revolução modernista. Em 1927, segundo a conhecida, mesmo discutível, leitura de Eduardo Lourenço, a revista Presença terá instaurado a «contrarrevolução do modernismo», demarcando a estética de vanguarda da década precedente em relação ao modernismo finalmente proclamado.

No longo período romântico anterior, os movimentos estéticos estiveram ligados a publicações periódicas, mas nunca até então um movimento havia propriamente despontado através de uma revista, como aliás viria a ser uma constante no século XX – nem valerá dar exemplos, tão consabida é a evidência. Depois «daqueles tempos antigos do Orpheu», o modernismo prosseguiu ainda em estado de manifesto durante uma década, através de sequelas mais ou menos efémeras que prolongaram essa geração de vanguarda, desde Contemporânea (com uma primeira tentativa nesse mesmo ano de 1915 e retomada em 1922) à revista SW (sequela já longínqua, de 1935), passando por outras publicações como Exílio e Centauro (1916), Portugal Futurista (1917) e Athena (1924-1925).

Tomando a Contemporânea por fio condutor, a exposição, organizada por Carla Datia e Luís Augusto Costa Dias, procura, por outro lado, integrar estas revistas no seu tempo, relevando, para lá da criação individual própria de cada escritor e artista, o papel do modernismo como experiência estética de modernidade, dos novos ritmos, da velocidade, do som, da imagem que o artista excecional (e na sua excecionalidade) absorveu e vivenciou no cenário urbano, como futuro feito hoje. Mas não deixa, por outro lado ainda, de evidenciar-se, no curso de Contemporânea, para lá do que «sub-repticiamente» prolongava «os nossos tempos de Orpheu», «o resto» que Álvaro de Campos não deixou de referir em carta ao diretor da revista. Foi, afinal, um caudal de colaboradores que seguiram moda ou simplesmente se acoplaram, elementos de tendências várias, mesmo desencontradas de uma vanguarda modernista propriamente dita, que atravessaram os anos vinte, um tempo de placas giratórias no pensamento e na arte.

Tem, por estes motivos, toda a pertinência relacionar a revista Orpheu, não obstante efémera a publicação de dois números e deixando um terceiro em preparação, com as congéneres que registaram as continuidades e descontinuidades de um movimento, quadraram o seu tempo histórico e reafirmaram a vitalidade dos seus escritores e artistas, confirmados como precursores na revista Presença a partir de 1927.

 
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